Um dos maiores projetos de infraestrutura em andamento no Brasil, o Trecho Norte do Rodoanel Mário Covas (SP-021), está com 800 vagas abertas e salários que podem chegar a R$ 6 mil, além de benefícios. No entanto, as obras enfrentam uma escassez de mão de obra, especialmente entre jovens trabalhadores, que estão migrando para outras formas de ocupação.
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Retomadas em 2024 após seis anos de paralização, as obras do Rodoanel Norte prometem revolucionar a mobilidade na Grande São Paulo, conectando a Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, na capital, à Rodovia Presidente Dutra (BR-116), em um percurso de 44 quilômetros. O empreendimento impactará diretamente cidades como Guarulhos, Arujá, Itaquaquecetuba, Poá e Suzano, não apenas melhorando o tráfego, mas também gerando milhares de empregos.
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Apesar das 800 vagas disponíveis, muitas delas não estão sendo preenchidas. O problema não está na remuneração, já que os salários variam de R$ 2.500 a R$ 6.000, com benefícios como:
Assistência médica
Vale-transporte ou transporte fretado
Vale-alimentação
Refeição no local
Seguro de vida
Além disso, pessoas de todos os gêneros e pessoas com deficiência (PCD) são bem-vindas. As vagas incluem funções como:
Ajudante de produção
Carpinteiro
Eletricista
Motorista de betoneira
A jornada de trabalho é de segunda a quinta, das 7h às 17h, e sexta até às 16h. Os interessados podem enviar currículo para [email protected] ou entrar em contato via WhatsApp:
(11) 91702-6264
(11) 91006-7368
A construção civil é um dos setores que mais empregam no Brasil, com 2,9 milhões de trabalhadores registrados, segundo dados do Caged (março/2025). No entanto, há uma crise de desinteresse entre os jovens, especialmente para cargos iniciais, como ajudantes e aprendizes.
David Fratel, diretor da área de Gente do SindusCon-SP, explica:
"Hoje, nossa maior crise é a falta de ajudantes, que representam 50% da força de trabalho na construção civil. O problema não é o salário, mas a falta de atratividade para essa nova geração."
Curiosamente, profissionais experientes, como pedreiros e mestres de obra, podem ganhar entre R$ 13 mil e R$ 20 mil mensais, mesmo sem ensino superior. O desafio, segundo Fratel, é mostrar que há um plano de carreira sólido no setor.
Uma pesquisa do Instituto Locomotiva revela que:
63% dos trabalhadores paulistas sonham em ter o próprio negócio
67% não veem mais a carteira assinada como sinônimo de segurança
64% afirmam que o trabalho formal oferece pouca flexibilidade
Renato Meirelles, presidente do instituto, explica:
"Esses jovens não querem que digam quanto vale a sua hora. Eles querem decidir isso por conta própria."
Ou seja, o problema não está apenas nas vagas disponíveis, mas na mudança cultural que prioriza autonomia e flexibilidade em vez de empregos tradicionais.
A escassez de profissionais não é exclusividade do Rodoanel Norte. Grandes projetos de infraestrutura, como ferrovias, estradas e hidrelétricas, enfrentam o mesmo desafio.
Pedro Schettino, diretor do Consórcio Cantareira (responsável pelas obras), afirma:
"Esse é um dos projetos de mobilidade urbana mais importantes do Brasil. Melhora a vida da população e gera oportunidades reais. Mas precisamos de gente disposta a aproveitar essa chance."
O setor busca estratégias para atrair jovens, como:
Criar programas de formação profissional
Melhorar a comunicação sobre planos de carreira
Oferecer mais flexibilidade e benefícios atrativos
Enquanto isso, as 800 vagas no Rodoanel Norte continuam abertas, aguardando profissionais que queiram fazer parte de um dos maiores projetos de infraestrutura do país.